quarta-feira, 11 de maio de 2011

DISSECANDO O CD MISSISSIPPE: Parte II


Então, pessoal que já conhece e sempre visita o blog, você que acaba de conhecer (prazer seja bem vindo), como havia prometido continuar a dissecar o CD MississiPE na postagem anterior, agora vou comentar sobre alguns detalhes e curiosidades música por música.

SEM SEGREDOS 

Em todas as faixas utilizamos os seguintes instrumentos, exceto quando especificado: 
Baixo: Tagima Jazz Bass TG 400
Bateria: Perl e pratos Zildjan 
Teclado: Trinity e plugins da Native Instruments.

This world is like a ghetto: Essa música começou a ser composta inspirada em alguns riffs de John Lee Hooker, tipo Boogie Woogie guitar, depois muitos outros elementos do meu caldeirão musical vieram junto, influências de Jimi Hendrix, Rolling Stones, Allman Brothers, etc.
Para gravar a base e solo de slide, usei uma guitarra Fender Stratocaster (Japan 1993), ligada no meu quase inseparável pedal Super Overdrive da Boss, no refrão usei uma guitarra Phelpa (de 1967) e Wah Wah Shelter.
Amplificadores MG Music Double Deluxe 45 watts (Valvulado) e Hartke GT 100 C (pré-valvulado) e foram "jumpeados" e microfonados na mesma sala com Microfones SM57 Shure.
A particição de Boy foi gravada em seu home studio com uma...
Lucivan Max gravou a percussão, Congas LP e timbales Raul na parte da Salsa.Por falar na Salsa Alexandre arrasa no solo de piano.

Out of prison: Pelo que lembro é a mais antiga, composta e gravada em 2000 para o From Caruaru to the world, por sugestão de Jarbas foi descidido regravarmos, e dessa vez melhor arranjada e bem gravada.
Uma das principais fontes inspiradoras dela foi o West Side Blues de Chicago, com uma certa levada latina em tom menor, tipo Mambo Blues, estilo muito comum em Otis Rush.
Já o refrão entra uma levada Soul Rock (eu diria que meio Back Beat Uptempo) e a guitarra fazendo uma linha melódica.
Também usei a Fender Stratocaster, o Super Overdrive e o amplificador MG Music Double Deluxe 45 watts, nas bases e no último solo.
Já o primeiro Solo foi feito por Lancaster com sua Fender Telecaster (1968), ligada num Distortion da Boss em um amplificador Fender Hot Rod Deluxe.

The faith is blind: Lembro como hoje, não lembro o ano, acho que em 2004, num domingo a tarde liguei minha Tele Tagima num mini ampli da Fender e comecei a brincar com o slide, então surgiu o tal riff que a carcteriza em seguida foi só completar a composição.
Essa música acredito ter um sentimento do Blues "forte" do Texas, e pra apimentar mais o tempero Tex-Mex, foi acrescentado um acordeon ao fundo, junto com um "pumping piano" apoiando a base.
Mais uma vez a Fender Stratocaster, o Super Overdrive e o amplificador MG Music Double Deluxe entraram em ação.
A parte final antes de voltar para o riff padrão, ainda traz outro clima, numa atmosfera psicodélica e ao mesmo tempo jazzística.

Apocalipticamente um Blues: Essa foi composta com uma preocupação poética que soasse bem em português e que ao mesmo tempo remetesse ao som de Jimi Hendrix.
Resultado... letra de inspiração bíblica no livro de Joel, mas ao mesmo tempo com um sentimento inspirado em duas canções: "Nas asas do vento que vem" do Pe. Zezinho e em "Canção Agalopada" de Zé Ramalho.
Musicalmente falando, acredito ter chegado perto de riffs "Hendrixianos" e baseados num Slow Blues.
No refrão a harmonia foi bastante inspirada no Pink Floyd e Fleetwood Mac (fase Peter Green), já o solo final com Wah Wah (espécie de pseudo riffs), me inspirei bastante no solo de "White room" feito por Eric Clapton com Cream!
Então pense comigo na quantidade de influências e sentimentos nela contidos, influências inglesas e norte americanas, Blues, Rock e Progressivo.
A guitarra usada foi uma Strato Tagima T 735, mais o Super Overdriver e Wah Wah Shelter e... não, dessa vez usei plugin Guitar Rig no lugar do ampli valvulado.

No Morro do bom Jesus: Composição do amigo Alexandre Morais, um Blues Rock que faz um trocadilho entre o conhecido morro de Caruaru e o nome de Jesus e sua essência de bondade.
Com sotaque bem regional bem presente nos vocais, contamos com a participação do própio Alexandre, e ficou registrado nossa conversa espontânea sobre onde quem cantaría qual parte, gravamos nossas vozes na mesma sala, ao vivo, dando ainda mais calor a gravação.
A introdução é bem blues, tendo o violão e slide como elemento de contraste em meio a órgão e guitarras.
O primeiro solo foi gravado com meu violão Rei dos Violões Tonante com bocas em "F" captado com o microfone CAD Equitek E200. A guitarra que usei nas bases foi minha antiga Tagima Telecaster 505.
Para o solo, em mais uma participação de Lancaster, foi usada sua Fender Telecaster (1968), Distortion da Boss e o amplificador Fender Hot Rod Deluxe.
Queria ressaltar também o som de órgão de tubo (tipo os das grandes Catedrais), que Alexandre Rasec teve a idéia de gravar no refrão.
    
God bless Lancaster: História de amizade entre fã que se torna amigo do artista!
Em 1996 eu ainda estava "engatinhando" na música em muitos aspectos, e no mesmo ano buscava conhecer mais sobre o Blues, conheci o trabalho do veterano guitarrista Lancaster através do "Nescafé in Blues", transmitido pela TV Cultura.
Depois de fazer contato por telefone, nos conhecermos pessoalmente num show em Recife, e pouco depois, em 2002, durante a primeira temporada da The Bluz em São Paulo, fui até a casa dele onde conheci melhor sua história, esposa e filhos, notei que além de um grande músico com uma bagagem profissional privilegiada, era também um grande ser humano, sendo o primeiro grande nome do blues nacional a nos ajudar e incentivar.Tá ai o porque dessa música ser uma homenagem a ele.

                            Eu, Lancaster, Jarbas e o burro, num domingo sem trânsito em Caruaru!

Lancaster sempre comentou o quanto gostava do trabalho de Ronnie Earl, que foi um dos primeiros guitarristas de Blues que admirei no meu início, daí me inspirei um pouco no som do Ronnie para compor essa música.
A música além da participação do própio Lancaster, ainda conta com a participação do Gaitista Jefferson Gonçalves, que gravou no Estúdio Making off, no Rio-RJ, e do baterista Jô pinto, que veio de Recife gravar em Caruaru.
                              Ensaiando: Lancaster, Jarbas, Bruno e eu

As guitarras usadas foram as já citadas acima, eu com minha Fender Stratocaster, o Super Overdrive e o amplificador MG Music Double Deluxe e Lancaster com sua Fender Tele e ampli Fender.
Eu gravei a parte dos temas, o primeiro e a 1ª parte do último solo de guitarra, enquanto Lancastar faz o 2º solo e aparte final do último solo.
Jefferson gravou suas parte do começo ao fim de toda a música, preenchendo os espaços além de fazer o 3º solo completo.
Ufa!!!
Valeu demais amigos, por fazerem parte da nossa história!

Por Jonathan Richard

Continua...

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